RAÇA
ESPANHOLA - CANÁRIO MINIATURA
Autor:
Victor M.R. Couto
Breve
História
Como
o nome indica, este canário é originário de Espanha,
concretamente das regiões da Catalunha e Andaluzia. Já por volta
do ano 1918 criavam-se os primeiros "Raças Espanholas" ou
canários miniatura, uma pequena maravilha com penas, logicamente que
os seus antepassados, foram os canários silvestres das Ilhas
Canárias, Açores e Madeira.
A
criação desta raça, teve uma grande difusão, especialmente na
região da Catalunha, nos anos 1928 a 1930, mas como consequência da
Guerra Civil Espanhola, praticamente desapareceu. Para beneplácito
dos amantes da canaricultura em especial de porte e desta raça, ela
conseguiu sobreviver.
Desde
1976 tem participado em todos os Mundiais, cada vez com maior número
e melhor qualidade, com a participação de vários países,
incluindo Portugal, sendo que o domínio pertence a Espanha e Itália.
Descrição
Técnica
Não
se deve entender por canário miniatura, uma ave raquítica ou
degenerada, mas ao contrário, devemos ter presente uma ave em
perfeito estado de saúde, cheia de vitalidade, agilidade, harmonia
proporcionada, que são algumas das suas características, onde
sobressai a principal que é o seu tamanho pequeno.
Tamanho
A
longitude, medida desde o vértice do bico, até à porte extrema da
cauda, deve ter como tamanho máximo 11,5cm, dimensões realmente
difíceis de obter.
Alguns
canaricultores, já fizeram hibridações com os serezinos ou
chamarizes "serinus serinus", com o objectivo de obter uma
ave mais pequena. Com esta hibridação, dotam-se as aves com uma
porção de genética, que proporciona a fixação de um tamanho
menor, mas também, deixando dados negativos, que os isola
completamente das características do "Raça Espanhola".
Dorso
e Peito
Os
ombros devem ser estreito, devendo para tal constituir um
prolongamento suave do pescoço, no encontro com o dorso.
O
peito, deve ser estreito, fino e sem proeminências, sendo esta uma
das características mais importantes, na hora de julgar uma boa ave.
Cabeça
e Pescoço
A
cabeça deve ser pequena e em forma de avelã, separada do corpo por
um pescoço estreito, o qual facilitará o início de um dorso e
peito lisos, sem redondezas.
A
cauda, deve ser curta, proporcional ao corpo, fechada e acabando
ligeiramente bifurcada semelhante ao rabo dos peixes.
Patas,
Coxas e Bico
Um
dos defeitos mais vulgares, é a existência de patas excessivamente
longas, com dedos grandes e grossos, e bicos desproporcionados.
Talvez os motivos sejam, a dificuldade em reduzir as zonas córneas
em relação à plumagem.
As
coxas devem ser praticamente invisíveis, característica difícil de
obter em aves de plumagem intensa. Os tarsos, devem ser curtos (14mm)
e os dedos pequenos.
O
bico, deve ser pequeno, curto e cónico.
Plumagem
e Cor
A
plumagem, deve ser sedosa, densa, lisa, brilhante, sem frisos, bem
aderente ao corpo, sem que se notem fraldas de penas nas zonas
depenadas.
Na
cor, são admitidas todas, excepto a coloração artificial,
Tradicionalmente o "Raça Espanhola" era cor verde ou
amarelo, existindo agora as cores cinzenta, branca dominante, Isabel,
marfim, castanha, ágata e variegados. Existem actualmente, aves com
qualidade em qualquer destes factores. Eu em particular, gosto mais
de aves com factor melanico.
Para
exposições, são preferíveis as aves de plumagem intensiva, pelo
menor tamanho que geralmente apresentam devido à plumagem, tendo
maior facilidade em obter bons resultados face ao standard da raça.
Selecção
de Reprodutores
A
melhor selecção, está na escolha das aves mais pequenas, com as
proporções adequadas.
É
um facto, que as aves com o efectuar da segunda muda, adquirem um
ligeiro aumento de tamanho, constituindo por essa razão um meio
adequado de selecção dos reprodutores. Elegemos aqueles, que menor
crescimento tenham sofrido, para isso, devemos, sistematicamente,
efectuar medições às aves. A primeira medição, deve ser feita,
após a primeira muda, a segunda na altura do acasalamento e a
terceira depois da segunda muda.
Os
apontamentos de tais medições, permitirão obtermos claramente, a
evolução de cada ave, descartando de uma vez aquelas que têm
tendência a crescer desmesuradamente, devemos ter sempre em atenção,
que, na descendência é mais fácil reduzir o comprimento do que a
estrutura óssea exagerada.
Reprodução
Como
já foi referido, o ideal é termos um casal de boa qualidade, mas
infelizmente ta coisa, muitas vezes não acontece, para tal temos de
nos conformar com aves de menor qualidade e assim irmos seleccionando
as melhores, e algumas vezes se for necessário, com recurso à
consanguinidade, com o intuito de irmos fixando os caracteres mais
importantes, das distintas aves.
Uma
vez obtida uma selecção de aves de qualidade idêntica, entramos no
sistema dos acasalamentos. A regra básica a ter em consideração, é
a da compensação de caracteres dos pais, porque uma inconformidade
especifica, numa ave, deve ser compensada com outra ave, devidamente
em conformidade.
É
pratica comum, considera-se que os acasalamentos do "Raça
Espanhola" devem ser feitos com aves de plumagens intensivas,
isto não é correcto, porque, é importante termos no nosso canaril
alguns nevados de plumagem, e inclusive mosaicos, com o intuito de
compensar as inconformidades de aves provenientes de acasalamento
entre intensivos.
Alimentação
A
alimentação no "Raça Espanhola" é das coisas mais
importantes.
Se
queremos obter aves de pequeno tamanho, a sua alimentação não pode
ter o mesmo valor energético, vitaminado e proteico, dos outros
canários de porte, os chamados de grande porte, casos do Yorkshire,
Lancashire, Norwich, Border, Crest, Parisience, Gigante Italiano,
etc..
Uma
alimentação forte não ajuda em nada o standard da raça, ao nosso
canário miniatura logicamente não vamos dar uma dieta rigorosa, mas
sim básica e ajustada a esta raça.
Por
exemplo, no meu caso, uso uma mistura de sementes nas seguintes
proporções: alpista 75%, perilha 20%, nabo 5% em época de criação;
durante a muda, alpista 65%, perilha 25%, nabo 5% e linhaça 5% no
período de repouso alpista 75% e perilha 25%.
Quanto
a papas, uso as que tenham poucas proteínas, este ano a partir de
Fevereiro, usei a papa húmida com ovo, por ser uma papa com baixo
teor de proteína incluída, 13%, trazendo em separado um saco de
50gr. com as vitaminas, aminoácidos e restantes complementos,
podendo o criador dosear conforme as necessidades e as raças que
criar.
Durante
as criações e muda, dou germinado especial todos os dias. Ponho a
demolhar durante 6 horas, com 3 e 4 gotas de SANI_YODO, lavo muito
bem lavado e coloco a germinar até 24 horas, isso faço todos os
dias, não guardo germinado no frigorífico, Durante a criação
administro alface* a todos os meus "Raças espanholas".
Exposições
Para
as exposições, pelo seu reduzido tamanho, escolhemos as fêmeas e
os intensivos. Os verdes, ou cinzentos melanicos pelo factor óptico,
fazendo parecer ser mais pequenos em igualdade de situação com os
amarelos ou os brancos lipocromos o que irá beneficiar nos
resultados finais.
É
fundamental que o "Raça Espanhola", pelo seu estilo livre
e ágil, vá para uma exposição devidamente adaptado à gaiola
"tipo border", para o juiz poder observar as qualidades
desta pequena ave.
Finalizando
e Concluindo
O
canário de porte "Raça Espanhola", é uma ave já com
alguns bons criadores no nosso país. Dia para dia está a criar mais
adeptos, pela sau vivacidade e beleza, pelo seu pequeno tamanho, pela
variedade de cores, tanto melanicas como lipocromas ou variegadas e
talvez pela dificuldade em obtermos aves mais pequenas cativa a
paixão por esta ave.
Espero
que estas minhas letras vos possam vir a ser úteis na criação
deste maravilhoso canário.
*
A alface
de
todas as verduras, esta é a preferida dos canários, refrescante e
rica em vitamina C e ácido fólico*, é no entanto algo laxante,
pelo que deve utilizar-se com moderação na alimentação das aves.
É aconselhável subministrar uma folha por ave duas vezes por
semana, durante as criações. Ás crias subministrar sem restrições.
*Ácido
Fólico
pertence
ao grupo das vitaminas do complexo B, quimicamente é um derivado do
Ácido Glutamico. É essencial para a regulação do processo de
renovação das células sanguíneas, a sua falta produz anemias
especiais.
JULGAMENTO
1. TAMANHO - 25 PONTOS
O
tamanho ideal é de 11 a 12 cm.
Pássaros de tamanho mais reduzido dificilmente aparecem. Pássaros que excedem o padrão são mais comuns, principalmente os nevados.
A penalização deve ser proporcional ao excesso de tamanho. Pássaros muito grandes, maiores que 12,5 cm, devem ser desclassificados.
Pássaros de tamanho mais reduzido dificilmente aparecem. Pássaros que excedem o padrão são mais comuns, principalmente os nevados.
A penalização deve ser proporcional ao excesso de tamanho. Pássaros muito grandes, maiores que 12,5 cm, devem ser desclassificados.
2. FORMA - DORSO E PEITO - 25 PONTOS
O
dorso é quase plano, o peito ligeiramente convexo. Dorsos altos ou
arredondados devem ser penalizados com rigor, do mesmo modo que os
côncavos. O peito, quando côncavo ou quase reto, deve ser
penalizado proporcionalmente ao afastamento do padrão.
Ombros muito largos, devem ser penalizados neste item.
Ombros muito largos, devem ser penalizados neste item.
3. CABEÇA E PESCOÇO -10 PONTOS
A
cabeça é oval, pequena, com topo levemente plano. Cabeças grandes
e redondas, devem ser penalizadas com rigor. Bico desproporcionai e
olhos mal posicionados, devem ser penalizados.
O pescoço é pequeno e fino. Nucas que se alinhem com o dorso devem ser penalizadas.
O pescoço é pequeno e fino. Nucas que se alinhem com o dorso devem ser penalizadas.
4. ASAS E CAUDA -10 PONTOS
Asas não
aderentes, cruzadas ou arriadas, devem ser penalizadas com rigor. A
cauda cuja ponta não seja em forma de rabo de peixe, deve ser
penalizada. Caudas abertas, muito curtas ou longas, também devem ser
penalizadas.
5. PERNAS E PÉS -10 PONTOS
As
canelas (tarso) devem ser curtas (13 a 14 mm). Coxas muito aparentes,
canelas longas e dedos desproporcionais, devem ser penalizados com
rigor.
Patas implantadas muito à frente ou muito à retaguarda mudam a posição do corpo, que deve ser próxima dos 45° e, aqui, devem ser penalizadas.
Pequenos problemas nos dedos e unhas, também devem ser penalizados neste item.
Patas implantadas muito à frente ou muito à retaguarda mudam a posição do corpo, que deve ser próxima dos 45° e, aqui, devem ser penalizadas.
Pequenos problemas nos dedos e unhas, também devem ser penalizados neste item.
6. PLUMAGEM - 10 PONTOS
Plumagem
solta e com frisos deve ser penalizada com rigor.
Pássaros com sinal de corantes devem ser desclassificados. Falta de penas também deve ser penalizada.
Pássaros com sinal de corantes devem ser desclassificados. Falta de penas também deve ser penalizada.
7. POSIÇÃO E MOVIMENTOS - 5 PONTOS
É
um pássaro muito ativo, que toma uma posição praticamente reta na
linha cabeça-corpo-cauda, aproximadamente a 45° com a
horizontal.
Mesmo sendo de pequeno tamanho, necessita de gaiola com 2 poleiros para poder se movimentar e ser observado.
Pássaros letárgicos ou muito espantados, devem ser penalizados com rigor.
Mesmo sendo de pequeno tamanho, necessita de gaiola com 2 poleiros para poder se movimentar e ser observado.
Pássaros letárgicos ou muito espantados, devem ser penalizados com rigor.
8.CONDIÇÃO GERAL - 5 PONTOS
Pássaros
sujos, tanto na plumagem como nas patas, devem ser penalizados
proporcionalmente ao grau da deficiência.
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